Ao menos 25 palestinos são mortos em Gaza por Israel, dizem autoridades


Ao menos 25 pessoas foram mortas nesta terça-feira (10) na Faixa de Gaza por Israel, segundo autoridades de saúde do território palestino.

Em um dos casos, 17 palestinos morreram por tiros de soldados de Israel perto de um local de distribuição de ajuda de um grupo humanitário apoiado pelos Estados Unidos no centro da Faixa de Gaza, informaram autoridades de saúde locais.

Médicos afirmaram que as vítimas foram levadas às pressas para dois hospitais: o Hospital Al-Awda, no campo de Nuseirat, no centro de Gaza, e o Al-Quds, na Cidade de Gaza, no norte do território.

O Exército israelense pontuou que suas forças dispararam tiros de advertência contra “suspeitos que avançavam na área de Wadi Gaza e representavam uma ameaça às tropas”.

Acrescentou também que estava ciente dos relatos de que vários ficaram feridos, mas argumentou que os números divulgados pelas autoridades de saúde locais não condiziam com as informações coletadas.

“Os tiros de advertência foram disparados a centenas de metros do local de distribuição de ajuda, antes do horário de funcionamento, e em direção aos suspeitos que representavam uma ameaça às tropas”, acrescentou o Exército.

Mais tarde, autoridades de saúde locais afirmaram que um ataque israelense a uma casa em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, matou oito pessoas, elevando o número de mortos nesta terça para pelo menos 25.

Em outra declaração, o Exército de Israel disse que interceptou um foguete disparado do norte de Gaza em direção a territórios israelenses. Isso indica que o Hamas e outros grupos armados continuaram capazes de disparar projéteis, apesar da devastação feita no arsenal.

Desordem e caos durante distribuição de ajuda em Gaza

Na semana passada, o governo alertou os palestinos para não se aproximarem das rotas que levam aos locais de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que é apoiada pelos EUA, entre 18h e 6h, no horário local, classificando essas estradas como zonas militares fechadas.

Não houve comentários imediatos da GHF sobre o ocorrido desta terça-feira (10).

A fundação começou a distribuir pacotes de alimentos no território palestino no final de maio, supervisionando um novo modelo de ajuda que, segundo as Nações Unidas, não é imparcial nem neutro.

Muitos moradores de Gaza dizem que precisam caminhar por horas para chegar aos locais destacados, o que significa que precisam começar a viajar bem antes do amanhecer para terem alguma chance de receber alimentos.

Embora a GHF tenha afirmado que não houve incidentes nos chamados locais de distribuição seguros, palestinos em busca de ajuda relataram a desordem e que as rotas de acesso aos locais foram assoladas por caos e violência mortal.

“Fui para lá às 2 da manhã (horário local) na esperança de conseguir comida. No caminho, vi pessoas voltando de mãos vazias. Falaram que os pacotes de ajuda acabaram em cinco minutos. Isso é uma loucura e não é suficiente”, relatou Mohammad Abu Amr, 40 anos, pai de dois filhos.

“Dezenas de milhares chegam das áreas centrais e também das áreas do norte, alguns deles caminharam mais de 20 km, apenas para voltar para casa decepcionados”, pontuou ele à Reuters. Ele afirmou ter ouvido os tiros, mas não viu o que aconteceu.



Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/palestinos-sao-mortos-em-gaza-por-ataque-a-tiros-de-israel/

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