O Inter revisou para baixo as expectativas de inflação para 2025. No relatório de junho, o banco pontuou que espera que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano em 4,9%. Antes, a previsão era de alta de 5,3%.
A nova projeção mantém a tendência de queda da inflação no 2º semestre e fica abaixo das medianas do mercado. Segundo Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, isso se dá em razão do impacto da política monetária restritiva e as consequências na concessão de crédito e atividade doméstica em declínio.
“Para 2026, nosso cenário base ainda é de inflação acima da meta, apesar da Selic em patamar elevado, devido ao risco fiscal e expectativa de novo aumento do estímulo fiscal em ano de eleição, incluindo a isenção de IR para salários até R$5 mil”, afirmou.
Com o “remédio amargo” do Banco Central passando a surtir mais efeito, o Inter espera o primeiro corte na taxa Selic ainda em 2025, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro.
“Apesar da ata do Copom mais dura, reforçando a mensagem de juros altos por um período prolongado, a desaceleração da atividade e o câmbio mais favorável devem contribuir para uma desinflação maior que a esperada no segundo semestre, o que deve permitir o início dos cortes ainda esse ano”, pontuou a economista no relatório.
O Inter projeta que a Selic vai encerrar em 14,50% ao ano em 2025, enquanto em 2026 o percentual esperado é 12%.
“Uma maior disciplina fiscal e um cenário político de menor incerteza, com previsibilidade maior acerca do ajuste necessário a partir de 2027 pode contribuir para a reancoragem das expectativas permitindo uma redução maior da Selic”, concluiu.