Hugo: Harmonia não exige que Poderes concordem em tudo

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), falou nesta quarta-feira (2) sobre o princípio de harmonia entre os Três Poderes.

Em entrevista ao videocast da “Esfera Brasil”, Hugo afirmou que o conceito não implica em necessidade de concordância total entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

“Nós temos procurado, com essa independência, uma convivência harmônica, porque quem ganha é o país. Na harmonia não se obriga que um Poder concorde com tudo o que o outro faça”, disse o presidente da Câmara.

“Há divergência, há discussão, há discordância e isso é natural da democracia. Até porque temos um regime que permite a todos expressarem ali o seu desejo, a sua opinião acerca desses assuntos”, acrescenta.

Ainda durante entrevista, Hugo Motta afirmou ter uma relação “boa” e “frutífera” com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Segundo ele, há uma “agenda de convergência” com a sociedade, com o país e também entre as duas Casas Legislativas.

“E assim também é com os Poderes, e nessa construção nós temos procurado com bastante diálogo, com bastante capacidade de encontrar convergência, e poder ter uma agenda produtiva, uma agenda producente para o nosso país”, prosseguiu Hugo.

Ataques e IOF

Também nesta quarta-feira (2), Hugo recebeu solidariedade de membros do governo Lula. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu o presidente da Câmara de ataques nas redes sociais.

Em uma publicação no X (antigo Twitter), tanto Gleisi como o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), repudiaram menções pessoais.

O caso acontece após a aprovação na última semana do projeto que derrubou o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) decretado pelo governo federal, que foi pautado na Câmara por Hugo.

A proposta foi aprovada por 383 votos a 98, e pôs fim a uma medida do Poder Executivo. A decisão surpreendeu o Planalto e congressistas da base aliada, que esperavam tempo maior para articular contra o texto, que hoje é debatido no STF (Supremo Tribunal Federal).

*Publicado por Maria Clara Matos