O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, de 63 anos, foi executado nesta segunda-feira (15) no litoral de São Paulo. Ele ocupava atualmente o cargo de secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande e tinha mais de 40 anos de carreira na Polícia Civil de São Paulo, da qual estava licenciado.
Ao longo de sua trajetória, Ruy ocupou alguns dos principais cargos da corporação: foi delegado-geral de Polícia, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) e atuou em unidades estratégicas como o Deic, Denarc e DHPP.
Ganhou notoriedade por enfrentar a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), sendo considerado um dos principais inimigos da organização.
Em 2006, ele foi o responsável por indiciar toda a cúpula da facção, inclusive Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na penitenciária 2 de presidente Venceslau.
Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, ele também possuía especialização em Administração Pública. Participou de cursos internacionais, como treinamento antidrogas e antiterrorismo na França e aperfeiçoamento em repressão ao narcotráfico no Canadá.
Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, função que exercia até ser assassinado.
Execução
O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo foi assassinado à tiros no início da noite de segunda-feira. Imagens obtidas pela CNN mostram criminosos armados durante a ação.
O carro da vítima foi atingido por um ônibus durante a fuga, capotou e, em seguida, os criminosos realizaram a execução. Após o crime, os suspeitos fugiram.
Segundo informações da corporação, ele foi baleado e não resistiu aos ferimentos. O atual delegado-geral, Artur Dian, confirmou o crime e se deslocou para o município.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) lamentou a morte e informou que policiais militares atenderam rapidamente à ocorrência e localizaram o veículo utilizado pelos criminosos.
A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol do Brasil) também lamentou o ocorrido: “Trata-se de uma tragédia de proporções inenarráveis, que atinge não apenas a Polícia Civil, mas toda a sociedade brasileira, pois cala uma voz firme e comprometida com a lei, a justiça e a proteção da cidadania.”
Assalto no litoral
Em dezembro de 2023, o ex-delegado foi assaltado o estacionamento da residência em que morava no município de Praia Grande. Ele estava acompanhado de sua esposa.
Uma moto de luxo do casal, avaliada em 60 mil reais, cartões, joias, documentos pessoais e dois aparelhos celulares foram levados pelos criminosos na época.
Dois cartões bancários das vítimas chegaram a ser utilizados pelos assaltantes após o roubo, um deles em uma loja de roupas.
*Sob supervisão de AR. Com informações do Estadão Conteúdo.