O direito do Fiel Torcedor a voto é um dos pontos mais debatidos dentro da vida política do Corinthians nos úlitmos meses. Para Paulo Pedro, conselheiro e membro trienal do Conselho de Orientação (CORI), é necessário que o torcedor vote, mas não da forma como o modelo foi incluído no anteprojeto da reforma estatutária.
Segundo ele, a proposta apresentada conta com inseguranças jurídicas, além de contradições que podem se transformar até mesmo em questionamentos judiciais.
“Posso dizer com muita tranquilidade que sou a favor do voto do Fiel Torcedor. Inclusive, nas propostas de reforma estatutária que o meu grupo apresentou, já havia essa previsão. Mas a forma como isso foi colocado no (possível novo) estatuto atual é muito ruim, até sob o ponto de vista jurídico”, disse o conselheiro em entrevista exclusiva para a CNN Brasil.
De acordo com o anteprojeto, um dos modelos para que a torcida possa votar determina que o torcedor só poderá participar do pleito se for membro do programa Fiel Torcedor há mais de quatro anos, de forma ininterrupta, e se pagar metade do valor de um título patrimonial do clube e 50% da taxa de manutenção, mesmo sem poder frequentar as dependências do Parque São Jorge.
“É como se você alugasse um apartamento, pagasse o condomínio, mas não pudesse usar a piscina, embora tivesse direito de votar para escolher o síndico. Ele paga para manter o clube, mas não pode utilizá-lo”, afirmou Paulo Pedro.
“Esse associado, chamado de ‘sócio do futebol’, poderia ingressar com ação judicial para ser reconhecido como sócio pleno. Há um problema até na terminologia usada. É um erro que não podemos admitir”, concluiu.