Promoções em datas duplas, como a Black Friday e 11/11, são tendências varejistas que vieram para ficar, diz o CEO do Mercado Livre no Brasil, Fernando Yunes, em entrevista ao CNN Money nesta sexta-feira (28).
Segundo ele, a junção de datas distintas foi maior do que a Black Friday de 2024. Ainda assim, o executivo ressalta que a sexta-feira de promoções é a data mais importante do varejo brasileiro, e que a deste ano tende a ser maior ainda.
“As datas duplas vieram para chegar no Brasil, elas estimulam bastante o mercado”, afirma.
Yunes aponta que as promoções ajudam a impulsionar a migração do consumidor das compras físicas para as eletrônicas.
Outra tendência que defende ser desenvolvida são ferramentas de inteligência artificial para otimizar a experiência de compra do cliente.
Por que tem se adotado essa estratégia de antecipar as promoções? Datas como o 11/11 tiram o peso da Black Friday?
O 11/11 não está canibalizando a Black Friday. É uma data forte, a gente vendeu no 11/11 mais do que na Black Friday do ano passado.
Sai mais datas ao longo do ano, as datas duplas vieram para chegar no Brasil, elas estimulam bastante o mercado, aceleram a migração do consumidor do offline para o online.
Mas a Black Friday é a maior data do varejo brasileiro e vai continuar assim por um bom tempo. Talvez alguma data dupla venha a se tornar tão relevante quanto, mas vai demorar, a Black Friday é muito muito forte.
E onde entram a tecnologia e a inteligência artificial nesse momento?
O Mercado Livre já aplica há mais de 10 anos, inicialmente nos métodos de prevenção a fraude, na logística para fazer roteirização, modelos de crédito.
E agora vem para estar na interface com os clientes também. Vão vir mais coisas, tem muita coisa programada com inteligência artificial na interface do cliente.
A fase inicial foi ganhar produtividade interna, e agora vem uma fase de estar na interface com os clientes também.
E a otimização do sistema financeiro brasileiro? Como a empresa vê a adoção do Pix pelo consumidor?
O Pix foi excelente, ele traz uma velocidade muito grande de compensação. Trouxe muito acesso e um custo mais baixo também de processamento.
E agora no terceiro trimestre vimos a companhia entregar um crescimento robusto de receita e GMV, sobretudo na operação brasileira. Qual a estratégia para manter a sustentabilidade desse crescimento daqui para frente?
Para crescimento tem algumas frentes. A penetração do e-commerce no varejo total ainda é de 15% no Brasil, e isso vai continuar avançando.
Segundo lugar, a gente tem espaço para avançar e ganhar market share em categorias: ontem o Mercado Livre foi líder em eletrodomésticos, isso é inédito no comércio eletrônico.
Pode avançar em supermercados também, farmácia é outra categoria.
A gente comprou uma farmácia para começar a testar e também conversa com a Anvisa para ver se moderniza a regulamentação no Brasil para podermos trazer as farmácias para o Mercado Livre.
