O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou já ter decidido quem será a figura mais poderosa da economia norte-americana.
No domingo (30), o republicano afirmou ter tomado sua decisão e que fará um anúncio em breve. A iminente nomeação encerra um processo de seleção que durou meses, liderado pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, que apresentou a Trump uma lista restrita de cinco pessoas.
Poucas pessoas exercem tanta influência sobre os mercados financeiros e a economia global quanto o presidente do banco central dos EUA. Algumas palavras do presidente do Fed podem movimentar os mercados e transferir bilhões de dólares. É um cargo tão importante que Trump chegou a cogitar assumi-lo para si.
Trump não escondeu sua aversão pelo presidente do Fed, Jerome Powell, cujo mandato termina em maio.
Em diversas ocasiões, Trump afirmou que demitiria Powell ou o forçaria a renunciar; criticou-o por não reduzir as taxas de juros; e pediu ao Conselho de Governadores do Fed que o destituísse. Agora, finalmente, Trump tem a oportunidade de remodelar o banco central à sua imagem e semelhança — e está aproveitando-a.
Se Trump fizer seu anúncio até o final do ano, será a indicação mais antecipada para a presidência do Fed antes da saída do atual ocupante do cargo.
Bessent afirmou na semana passada que existe uma “grande probabilidade” de Trump anunciar sua escolha antes do Natal.
Quem quer que Trump escolha estará sujeito à confirmação pelo Senado, controlado pelos republicanos, e liderará o banco central em um momento em que este terá que lidar com prioridades conflitantes, após as amplas políticas econômicas do governo terem aumentado o risco de inflação mais alta e crescimento econômico mais fraco.
Os membros do Fed estão atualmente divididos sobre como as políticas de Trump estão afetando a economia.
Eis os possíveis nomes na lista para assumir o cargo máximo do Fed:
- Michelle Bowman, vice-presidente de Supervisão no Conselho de Governadores do Fed: em setembro de 2024, Bowman foi a primeira governadora do banco central norte-americano em 20 anos a abrir discidência numa decisão de política monetária;
- Kevin Hassett, diretor do Conselho Nacional de Economia: foi presidente do Conselho de Assessores Econômicos do primeiro mandato de Trump. Foi nomeado por Trump para o Conselho do Fed;
- Rick Rieder, CIO na BlackRock: teve cargos de liderança em diversas firmas notáveis do mercado financeiro, como R3 Capital e Lehman Brothers;
- Christopher Waller, vice-presidente e diretor de Pesquisa no Fed de Saint Louis: professor de economia em diversas universidades, Waller é um dos dirigentes do Fed que tem se alinhado à postura de Trump sobre os juros;
- Kevin Warsh, pesquisador visitante de Economia na Hoover Institution: dirigente do Fed, é também vice-presidente e diretor executivo do Morgan Stanley.
