Uma grande massa de ar quente sobre o Brasil deve manter as temperaturas elevadas em quase todo o território nacional durante o mês de dezembro. A informação foi dada por Alexandre Nascimento, diretor da Nottus Meteorologia, em entrevista ao Agora CNN, que explicou como será o início da estação mais quente do ano.
De acordo com o especialista, o começo do verão será marcado por muito sol e temperaturas altas, especialmente na região central do país, abrangendo todas as capitais do Sudeste, o estado do Paraná e parte do Centro-Oeste. “A gente tem até mais ou menos a volta do dia 26, expectativa de tempo aberto, até mesmo com pouquíssima chuva”, afirmou Nascimento.
O meteorologista explicou que o sistema mais seco que atualmente mantém a chuva concentrada no Rio Grande do Sul perderá intensidade por volta do dia 26 ou 27 de dezembro, “e daí volta a chover”, apontou. Com isso, aumenta o risco de eventos extremos, como temporais.
Risco de temporais e eventos extremos
Alexandre Nascimento alertou que, após dias muito quentes, a chegada de frentes frias pode provocar temporais de grande intensidade. “A gente já começa a botar as barbas de molho, porque o risco de temporais aumenta bastante”, destacou. Atualmente, a chuva está concentrada no Rio Grande do Sul, onde um sistema frontal está começando a se deslocar pelo estado, além de atingir também o norte do Brasil, especialmente Acre, Rondônia, Amazonas e Pará.
O especialista também ressaltou que as mudanças climáticas têm intensificado os eventos extremos. “Uma das características que a gente está observando com as mudanças climáticas é que a chuva acontece de forma um pouco mais irregular, mas quando vem, vem com volumes muito altos”, explicou. Além das chuvas intensas, há risco de granizo e ventos fortes, principalmente nas grandes cidades.
Nascimento lembrou ainda que o verão é a estação das chuvas no Brasil, mas alertou que, sob influência das mudanças climáticas, as precipitações tendem a ocorrer de forma mais irregular e com maior intensidade. Segundo ele, o problema não se restringe apenas às grandes cidades, como foi observado há cerca de um mês na região de Rio Bonito do Iguaçu, que sofreu com fortes temporais.
“À medida que a gente tem essas temperaturas muito altas e chega uma frente fria, temos que ficar muito atentos. Criamos uma região de contraste muito grande, já que essas frentes frias estão associadas a um sistema de baixa pressão […] e, com temperaturas mais altas à frente, o risco é elevado tanto de chuvas de forte intensidade em curto espaço de tempo e, o que tem sido os problemas das grandes cidades, os ventos”, avaliou Alexandre Nascimento.