Análise: Hugo Motta age para aliviar tensões com STF

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, tem adotado uma postura conciliatória para aliviar as tensões entre o Legislativo e o Supremo Tribunal Federal. A análise é de Clarissa Oliveira, ao Live CNN, que aponta que a perda de mandatos dos deputados Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem, ambos do PL, contribui para amenizar o embate entre os poderes.

A situação envolvendo os parlamentares do PL ocorre após um desgaste entre os poderes no caso da deputada Carla Zambelli, quando o STF determinou a perda automática de seu mandato.

“Dadas as circunstâncias, o presidente da Câmara está evitando um novo confronto com o Supremo Tribunal Federal. O desgaste do último embate no caso de Carla Zambelli já foi muito significativo, isso acirra as tensões entre o Legislativo e o Judiciário, e também pode acabar resultando em um novo desgaste para ele, Hugo Motta, que vem atravessando uma série de turbulências na condução da Câmara dos Deputados”, aponta Clarissa.

Casos distintos com o mesmo desfecho

Os casos de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem apresentam diferenças importantes. Eduardo Bolsonaro perdeu o mandato após registrar faltas que resultaram na perda automática, enquanto Ramagem enfrenta uma situação mais complexa por estar fora do Brasil, nos Estados Unidos, impossibilitado de exercer suas funções parlamentares.

“Se não tem direitos políticos, não tem mandato parlamentar, é simples assim”, resumiu Clarissa Oliveira ao comentar a situação: “E vamos lembrar, cada um com seu motivo, cada um com as suas circunstâncias, estamos falando de dois parlamentares que não estão trabalhando, seja por qual motivo for, não estão representando seus eleitores no dia a dia da Câmara dos Deputados […] Simples assim, não foi trabalhar, não tem que ser deputado”.

A perda dos mandatos segue uma lógica clara: deputados que não comparecem ao trabalho não devem manter seus cargos. Esta posição pragmática ajuda a reduzir as tensões institucionais, enquanto Hugo Motta busca equilibrar as relações entre os poderes em um momento de instabilidade política.