O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou nesta terça-feira (9) que a Câmara dos Deputados viveu “momentos autoritários” que, segundo ele, não ocorreram “nem mesmo na ditadura”.
“Hoje a Câmara viveu momentos autoritários que nem mesmo na ditadura aconteceu: expulsou a imprensa do plenário e interrompeu a transmissão da TV Câmara. No mesmo dia em que tentam aliviar a pena de Bolsonaro, retiraram Glauber Braga à força da Mesa. Inaceitável! Minha solidariedade, Glauber!”, disse Boulos, o primeiro ministro do governo Lula a se manifestar sobre o caso.
A declaração foi uma reação à confusão registrada no plenário após o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupar a cadeira da Presidência da Câmara e, posteriormente, ser retirado à força pela Polícia Legislativa.
Minutos antes da ocupação, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), havia informado que analisaria um pedido de cassação do mandato de Glauber, acusado de agressão a um manifestante dentro da Câmara.
O parlamentar afirmou que permaneceria na Mesa até o fim da disputa. “Se o presidente da Câmara quiser tomar uma atitude diferente daquela que ele tomou com os golpistas que ocuparam esta Mesa Diretora e que até hoje não tiveram qualquer punição, essa é uma responsabilidade dele. Eu ficarei aqui até o limite das minhas forças”, declarou.
Após a retirada de Glauber, seguranças esvaziaram o plenário e a TV Câmara interrompeu a transmissão da sessão.
Hoje a Câmara viveu momentos autoritários que nem mesmo na ditadura aconteceu: expulsou a imprensa do plenário e interrompeu a transmissão da TV Câmara. No mesmo dia em que tentam aliviar a pena de Bolsonaro retiraram Glauber Braga à força da Mesa. Inaceitável! Minha… pic.twitter.com/zGDu0c5Ime
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) December 9, 2025
O episódio ocorreu no mesmo dia em que o presidente da Câmara prometeu pautar o projeto de lei que reduz penas para envolvidos nos atos golpistas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No momento em que Glauber Braga assumiu a Mesa, os deputados estavam na primeira fase da sessão que poderia avançar para a votação da proposta.
