Em uma ação simbólica de protagonismo nas negociações climáticas globais, o governo brasileiro assinou um pacto que visa quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035, em parceria com países como Itália, Japão e Índia. O Itamaraty ainda deseja anunciar novas adesões até o início da COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas).
O pacto sinaliza uma aposta em combustíveis de baixo carbono como ferramenta central da transição energética, especialmente em setores que demandam energia densa e para os quais a eletrificação não é uma solução viável a curto prazo.
O compromisso, formalizado nesta terça-feira (14), foi celebrado como um passo estratégico rumo à descarbonização, ampliando o protagonismo brasileiro no setor de biocombustíveis, principalmente nos segmentos mais difíceis de eletrificação, como aviação e transporte pesado.
Segundo João Marcos Paes Leme, diretor do Departamento de Energia do Itamaraty, a meta está alinhada a um estudo da Agência Internacional de Energia, que aponta que diferentes tecnologias combinadas podem tornar viável essa multiplicação até 2035, tomando 2024 como base.
“Algumas rotas são de implantação mais rápida, outras mais demorada, mas somando as diferentes vias você pode, até 2035, com base nos números atuais, ter uma multiplicação significativa dessas soluções”, afirmou Paes Leme durante a Pré-COP, reunião preparatória para a COP30.
O anúncio ocorre em um momento de atenção internacional às negociações para a COP30, que será realizada em novembro em Belém (PA). A expectativa é que o Brasil use o evento para reforçar sua posição como ator decisivo na agenda climática.