A presença militar dos Estados Unidos na região da Venezuela é insuficiente para realizar uma operação de invasão ao país sul-americano, segundo análise do professor de Geopolítica da Escola de Guerra Naval, Leonardo Mattos, durante participação no WW.
Para Mattos, as forças americanas posicionadas próximas ao território venezuelano conseguiram apenas “preocupar bastante o sono das lideranças venezuelanas” até o momento.
O especialista destacou que a capacidade de combate militar que os Estados Unidos possuem na região “é grande demais para combater narcotráfico, mas pequena para fazer uma invasão militar”.
Mattos descartou completamente a possibilidade de uma invasão militar americana à Venezuela, contrariando especulações que têm circulado sobre o tema.
“Os Estados Unidos têm ali na região cerca de 2,2 mil fuzileiros navais. Isso não vai acontecer. A Venezuela é um país geograficamente grande, complexo”, explicou.
Cenários possíveis para ação militar
Apesar de descartar uma invasão em larga escala, o especialista apontou outros cenários possíveis para uma intervenção militar americana. “O que pode haver é um ataque com mísseis em alvos estratégicos venezuelanos, em alvos do narcotráfico venezuelano”, avaliou Mattos.
Uma segunda possibilidade mencionada pelo professor seria uma operação com forças especiais, incluindo o grupo de mergulhadores de combate que foi responsável pela morte de Osama Bin Laden.
Segundo o professor, há informações de que esse grupo estaria na região, o que poderia indicar uma possível operação para “matar ou capturar Maduro”.
No entanto, o especialista ponderou que uma operação desse tipo em Caracas seria muito mais complexa do que a realizada contra Bin Laden.
“Não dá para comparar a ação contra o Osama Bin Laden numa ação dentro de Caracas, contra o Maduro, dentro do Palácio Miraflores, é muito mais complicado”, afirmou.
Leonardo Mattos concluiu sua análise indicando que, no cenário atual, considera mais provável “um ataque com mísseis contra alvos terrestres de grande valor da Venezuela para justificar essa presença militar dos Estados Unidos ali naquela região”.