Os comentaristas José Eduardo Cardozo e Caio Coppolla discutiram, nesta sexta-feira (31), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se classificar o PCC e o CV como terroristas é solução.
Parlamentares e governadores de oposição manifestaram solidariedade ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha e pressionaram pela aprovação de um projeto de lei que classifica facções como terroristas.
Cardozo avalia que a mudança não tem sentido.
“Qual é a vantagem que teria de chamar organização criminosa de terrorismo? Nós temos que olhar a lei para ver se tem vantagem. […] A lei para organizações terroristas têm um plus, os atos preparatórios já podem ser investigados e punidos, coisa que não existe em outros delitos”, opinou.
“Isso teria alguma vantagem de se aplicar para organização criminosa? Nenhuma, porque a organização criminosa já está cometendo crimes de forma contínua, ela é organização criminosa quando comete crimes, quando já passou da fase preparatória. Isso não teria nenhum sentido, mas aqueles que defendem isso esqueceram de ler a lei”, disse.
Coppolla entende que a troca de classificação faz parte da solução.
“A lei brasileira está defasada em relação à definição dos EUA, da Europa e da ONU. Eu vou pegar só a da ONU para ser um pouco mais democrático, que diz que qualquer ato destinado a causar a morte de civis quando o propósito de tal ato for intimidar a população ou obrigar um governo a praticar ou abster-se de praticar ato é terrorismo’”, afirmou.
“Quando você vê o Rio de Janeiro usando drones com explosivos, com fuzis, vestidos como militares, fica evidente que aquilo não se trata de uma organização criminosa, mas de uma organização terrorista”, continuou.
