O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse, nesta quinta-feira (20), que a diplomacia brasileira não teve mérito no anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirada de parte das tarifas contra o país.
“É preciso ser claro: a diplomacia brasileira não teve qualquer mérito na retirada parcial dessas tarifas de hoje. Assim como beneficiou outros países, a decisão dos EUA decorreu apenas de fatores internos, especialmente a necessidade de conter a inflação americana em setores dependentes de insumos estrangeiros”, disse Eduardo no X (antigo Twitter).
Eduardo vive nos Estados Unidos desde o começo do ano e foi um dos negociadores das tarifas junto ao governo norte-americano, usando como motivação o julgamento contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelo plano de golpe no STF (Supremo Tribunal Federal).
Na opinião do parlamentar, Trump precisa entregar “resultados rápidos” para que a população sinta a redução da inflação antes das urnas, visto que em 2026 o país terá eleições legislativas.
“O Brasil precisa recuperar a segurança jurídica e o respeito às liberdades. Sem isso, não haverá crescimento duradouro nem relações internacionais confiáveis”, prosseguiu.
Trump assinou nesta noite uma ordem executiva que determina a remoção das tarifas de 40% sobre a importação de determinados produtos agrícolas brasileiros, com efeito retroativo ao dia 13 de novembro.
Dentre os produtos citados em anexo, estão inclusos café, carne bovina, petróleo, frutas e peças de aeronaves, produtos dentre os mais exportados pelo Brasil aos norte-americanos, que agora não sofrerão mais sobretaxas impostas com o início do tarifaço.
A ordem exigirá o reembolso dos impostos cobrados sobre importações brasileiras a partir da última quinta-feira (13), de acordo com texto divulgado pela Casa Branca. A decisão alinha a vigência com a decisão da sexta-feira (14), que reduzia as tarifas “recíprocas” sobre importações agrícolas para todos os parceiros comerciais.
Para os produtos brasileiros, esta taxa era de 10%.
A ação reverte o decreto de 30 de julho, que citava “emergência nacional” em razão das políticas e ações “incomuns” e “extraordinárias” do governo brasileiro que, segundo o republicano, prejudicavam empresas americanas, os direitos de liberdade de expressão dos cidadãos dos EUA e a política externa e a economia do país, de modo geral para justificar cobrança de sobretaxas.
