A Polícia Civil de São Paulo investiga as possíveis causas da explosão de grandes proporções que atingiu um imóvel usado ilegalmente como depósito de fogos de artifício no Tatuapé, zona Leste de São Paulo, na noite desta quinta-feira (13).
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (14), o delegado Filipe Soares afirmou que ainda não existe uma linha de investigação completa sobre o caso.
Segundo o delegado, a hipótese inicial da polícia é de que o suspeito estava no local manuseando explosivos, mesmo que não tivesse autorização para mexer com os artefatos.
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A explosão do imóvel deixou um morto (suspeito de armazenar ilegalmente os artefatos explosivos dentro do imóvel) e outras dez pessoas feridas (incluindo a proprietária do local). A Defesa Civil do estado apontou que 23 imóveis comerciais e residenciais precisaram ser interditados por conta da explosão.
“Ninguém sabia de fogos”
Em entrevista ao CNN Novo Dia desta sexta-feira (14), a sogra de uma moradora que ficou ferida durante a explosão de grandes proporções que atingiu uma propriedade na zona Leste de São Paulo, afirmou que os vizinhos e os demais moradores da região não tinham conhecimento sobre o armazenamento de fogos de artifício no depósito que explodiu.
À CNN Brasil, Irene Mariano (sogra da moradora ferida) afirmou que recebeu uma ligação do filho, que relatou a explosão da própria residência [atingida por ser vizinha ao depósito].
“Quando eu cheguei lá na casa, fui saber do que havia acontecido e que o rapaz aqui do lado mexia com fogos de artifício. Ninguém aqui da rua sabia disso”, relatou Irene.
Na entrevista coletiva, o delegado confirmou que o homem era recente morado do bairro. “Os vizinhos não tinham conhecimento de quem era ele e o que ele fazia”, afirmou o Soares.
Relação com baloeiros
Segundo a polícia, em uma análise das redes sociais, as investigações apontaram que o suspeito tinha relação com baloeiros.
Em um Boletim de Ocorrência obtido pela CNN Brasil, Adir De Oliveira Mariano foi um dos réus em uma ação penal por soltura de balão.
Uma ação penal, na 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, acusou Adir e outros cinco réus de associação criminosa e de soltarem balão capaz de provocar incêndios em vegetação ou áreas urbanas.
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Segundo apurado, os acusados soltaram o balão e o acompanhavam quando foram abordados pela Polícia Militar. O resultado do julgamento, em dezembro de 2015, foi a absolvição dos réus, incluindo Adir Mariano.
Embora houvesse indícios, como a localização dos acusados atrás do balão e ferramentas no veículo, eles não se converteram em certeza para comprovar a autoria do crime de soltar balão ou a associação para o crime.
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Entenda a explosão
Segundo a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo), o local onde a explosão aconteceu era usado ilegalmente como depósito de fogos. Por conta da ocorrência, residências vizinhas foram atingidas, estruturas metálicas foram derrubadas e diversos veículos estacionados na região sofreram danos.
Imagens obtidas pela CNN Brasil mostram o momento exato do ocorrido. A principal suspeita é que tenha caído um balão no local e atingido um depósito clandestino de fogos.
O caso foi registrado como explosão, crime ambiental e lesão corporal no 30° DP (Tatuapé). A perícia do local foi requisitada e o exame necroscópico será realizado pelo Instituto Médico-Legal.
A ocorrência segue esta em andamento e Defesa Civil do estado permanece realizando vistorias nos locais afetados.
