Os Estados Unidos sancionaram mais dois juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) no passo mais recente na campanha do governo Trump para punir os envolvidos nas investigações sobre a conduta de Israel na guerra em Gaza.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou nesta quinta-feira (18) a imposição de sanções contra Gocha Lordkipanidze, da Geórgia, e Erdenebalsuren Damdin, da Mongólia, por estarem “diretamente envolvidos nos esforços do TPI para investigar, prender, deter ou processar cidadãos israelenses, sem o consentimento de Israel, incluindo o voto favorável à decisão do TPI contra o recurso de Israel em 15 de dezembro, com a maioria dos juízes a favor do recurso de Israel”.
Na segunda-feira (15), o tribunal de Haia rejeitou o pedido de Israel para bloquear a investigação em curso sobre os seus alegados crimes em Gaza.
Em comunicado divulgado na quinta-feira, o TPI denunciou as novas sanções, classificando-as como “um ataque flagrante contra a independência de uma instituição judicial imparcial”.
“Quando os agentes judiciais são ameaçados por aplicarem a lei, é a própria ordem jurídica internacional que fica em risco”, diz o comunicado.
Os Estados Unidos e Israel rejeitaram repetidamente a autoridade do TPI para investigar a conduta de qualquer um dos países.
“Não toleraremos abusos de poder do TPI que violem a soberania dos Estados Unidos e de Israel e que sujeitem indevidamente cidadãos americanos e israelenses à jurisdição do TPI”, disse Rubio.
“Continuaremos a responder com consequências significativas e tangíveis às manobras jurídicas e aos abusos de poder do TPI”, afirmou.
O governo Trump impôs uma série de sanções aos juízes do TPI e ao seu procurador-chefe, bem como a organizações que, segundo ele, apoiaram a investigação.
Em novembro de 2024, o tribunal emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa israelense Yoav Gallant por supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
O tribunal também emitiu mandados de prisão contra três altos funcionários do Hamas.
