O episódio desta semana do “Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” aborda o herpes-zóster, condição popularmente chamada de “cobreiro”.
Para explicar a doença, Dr. Kalil recebe os infectologistas David Salomão Lewi e Ivan França, ambos do Hospital Israelita Albert Einstein.
Os especialistas destacam que o herpes-zóster é causado pelo mesmo vírus da catapora, o varicela-zóster, e a pessoa precisa, obrigatoriamente, ter tido catapora anteriormente.
Cerca de 90% da população adulta já teve contato com esse vírus ao longo da vida. Após a infecção inicial, ele permanece adormecido no organismo e pode reativar décadas depois.
“O herpes-zóster é um vírus que acomete pessoas, geralmente adultos, após terem tido a famosa catapora, que é uma doença de infância altamente prevalente ainda hoje no país, que depois de um tempo fica latente e pode aparecer em adultos em várias etapas da vida”, explicou David Salomão.
“Algumas pessoas nem lembram de ter tido catapora, mas tiveram… o vírus fica guardado dentro do corpo, latente, e por vários fatores emerge de forma localizada, extremamente dolorosa, que impacta a vida de qualquer pessoa que esteja sofrendo por isso”, concluiu.
A estimativa médica é de que uma em cada três pessoas desenvolverá o herpes-zóster em algum momento da vida. A incidência aumenta significativamente após os 50 anos, faixa etária em que o sistema imunológico tende a apresentar maior vulnerabilidade.
Durante a conversa, os convidados explicam como o vírus desperta, quais são os sintomas típicos — incluindo dor intensa e lesões cutâneas — e quais grupos precisam de maior atenção. Eles também destacam a importância do diagnóstico precoce e das opções de tratamento que reduzem complicações.
O programa esclarece ainda os fatores de risco, como estresse, baixa imunidade e doenças crônicas, além de reforçar que existe vacina específica para prevenir a reativação do vírus e suas consequências mais severas.
O que é herpes-zóster?
A herpes-zóster, popularmente conhecida como cobreiro, é uma inflamação viral nos nervos da pele, que se manifesta por meio de lesões avermelhadas, doloridas e com bolhas.
Causada pelo vírus varicela-zoster, a herpes na pele pode ter complicações, por isso é importante buscar atendimento médico ao identificar os sintomas da doença.
Em entrevista à CNN Rádio, no Correspondente Médico, o infectologista Clóvis Arns da Cunha explicou que ela se difere da herpes simples.
Embora sejam do mesmo gênero, a simples costuma ter vesículas no lábio, genitais e braços, e “tem muita recidiva, que pode aparecer em quadros de stress”, de acordo com o infectologista.
A medicação é antiviral e não há vacina contra ela.
Já a zoster geralmente “acomete um lado do corpo só, na região do olho e na testa ou no peito e costas”, segundo Arns.
De acordo com o Ministério da Saúde, a região torácica costuma ser a mais comprometida, representando 53% dos casos.
Quais são os sintomas do herpes-zóster?
A pele dolorida é um dos primeiros sinais de herpes-zóster e, para algumas pessoas, a dor é intensa. Pode criar uma sensação de queimação, a pele pode formigar ou ficar sensível ao toque, de acordo com a Mayo Clinic.
De acordo com Arns, a pele fica vermelha e “há dezenas, às vezes centenas, de bolhas de água.”
“Essa fase apresenta dor”, disse ele, e a principal complicação vem três meses depois, na fase da neurite, ou seja, inflamação dos nervos.
“O paciente muitas vezes continua com dor por meses”, disse, ao reforçar que idosos têm maior chance dessa dor intensa.
Os sinais do cobreiro podem ocorrer em outros locais do corpo, como rosto e couro cabeludo, mas a apresentação mais comum é no tronco e apenas em um lado do corpo.
Uma erupção vermelha começará a se desenvolver no local da dor dentro de alguns dias. A lesão geralmente começa como uma pequena mancha dolorosa, que depois se espalha como “uma faixa de bolhas que envolve o lado esquerdo ou direito do torso”, informa Mayo Clinic.
Em casos raros, a erupção pode se espalhar e ficar semelhante aos sintomas de catapora, geralmente em pessoas com sistema imunológico enfraquecido, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.
Além da dor, algumas pessoas podem apresentar outros sintomas, como:
- sensibilidade à luz;
- dor de estômago;
- dor de cabeça;
- calafrios;
- fadiga;
- febre.
Consulte um médico se você tiver mais de 50 anos, tiver um sistema imunológico enfraquecido, a erupção cutânea for generalizada e dolorosa ou caso a dor e a lesão na pele ocorrerem perto de um olho.
“Se não for tratada, esta infecção pode levar a danos oculares permanentes”, de acordo com a Mayo Clinic.
O “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” vai ao ar no sábado, 13 de dezembro, às 19h30, na CNN Brasil.