O exército de Israel deu novas ordens de retirada aos moradores da Cidade de Gaza, alegando que estão destruindo a infraestrutura do Hamas no maior centro urbano do território.
“A Cidade de Gaza é considerada uma zona de combate perigosa, e permanecer na área coloca você em risco”, disse o porta-voz árabe das IDF (Forças de Defesa de Israel), Avichay Adraee, em uma publicação na rede social X.
As IDF instruíram os moradores a se deslocarem “o mais rápido possível” pela Rua Al-Rashid e em direção ao sul da Cidade de Gaza, seja de “veículo ou a pé”.
“Junte-se aos mais de 40% dos moradores que deixaram a cidade para garantir sua segurança e a segurança de seus entes queridos”, escreveu Adraee.
A CNN não pode verificar de forma independente se 40% dos moradores fugiram do local.
As Nações Unidas alertaram no mês passado que os planos de Israel de invadir a Cidade de Gaza colocariam cerca de 1 milhão de palestinos que vivem lá em risco de deslocamento forçado.
Entenda a guerra na Faixa de Gaza
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 outubro de 2023, depois que o Hamas lançou um ataque terrorista contra Israel.
Combatentes do grupo radical palestino mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns naquele dia.
Então, tropas israelenses deram início a uma grande ofensiva com bombardeios e por terra para tentar recuperar os reféns e acabar com o comando do Hamas.
Os combates resultaram na devastação do território palestino e no deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, segundo a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).
Desde o início da guerra, pelo menos 62 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O ministério, controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes do grupo na contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo radical.
Parte dos reféns foi recuperada por meio de dois acordos de cessar-fogo, enquanto uma minoria foi recuperada por meio das ações militares.
Autoridades acreditam que cerca de 50 reféns ainda estejam em Gaza, sendo que cerca de 20 deles estariam vivos.
Enquanto a guerra avança, a situação humanitária se agrava a cada dia no território palestino. De acordo com a ONU, passa de mil o número de pessoas que foram mortas tentando conseguir alimentos, desde o mês de maio, quando Israel mudou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.
Com a fome generalizada pela falta da entrada de assistência na Faixa de Gaza, os relatos de pessoas morrendo por inanição são diários.
Israel afirma que a guerra pode parar assim que o Hamas se render, e o grupo radical demanda melhora na situação em Gaza para que o diálogo seja retomado.