Uma mulher cujo corpo foi encontrado na Espanha há duas décadas foi identificada como sendo a cidadã russa Liudmila Zavada.
O caso arquivado pelas autoridades espanholas faz parte do programa “Identifique-me”, uma campanha internacional coordenada pela Interpol em colaboração com seis países europeus: Bélgica, França, Alemanha, Itália, Holanda e Espanha.
A iniciativa visa identificar mulheres que foram encontradas mortas em toda a Europa nas últimas décadas, mas que as investigações não tiveram conclusão.
O caso de Liudmila ficou conhecido como “A mulher de rosa”. O corpo dela foi encontrado em 3 de julho de 2005, em uma estrada em Viladecans, cidade na província de Barcelona.
Ela vestia uma blusa floral rosa, calças e sapatos rosa, e estava morta há menos de 24 horas.
A polícia local considerou a causa da morte suspeita, pois as evidências sugeriam que o corpo havia sido movido nas 12 horas anteriores à sua descoberta. No entanto, apesar das investigações, sua identidade permaneceu um mistério por 20 anos.
Sem novas pistas, as autoridades espanholas submeteram o caso ao programa “Identifique-me” da Interpol em 2024.
A campanha envolveu a publicação de detalhes dos casos online e o compartilhamento de informações com a mídia – incluindo, quando possível, imagens de reconstruções faciais, pertences pessoais ou tatuagens – na esperança de que alguém pudesse reconhecer algo.
Como parte da iniciativa, a rede internacional de polícias também compartilhou os registros biométricos dos casos com todos os seus 196 países-membro, com novos apelos para que as autoridades policiais analisassem os dados em seus bancos de dados nacionais.
Foi então que a resposta veio. Já em 2025, a polícia da Turquia analisou as impressões digitais associadas à “Mulher de Rosa” em um banco de dados biométrico nacional, resultando em uma correspondência com a russa Liudmila Zavada, que tinha 31 anos na época de sua morte.
A correspondência foi posteriormente confirmada por meio de análise de DNA de parentesco, utilizando o DNA de um parente próximo de Zavada.
“Após 20 anos, uma mulher desconhecida recuperou seu nome. Cada identificação bem-sucedida traz uma nova esperança às famílias e amigos de pessoas desaparecidas e cria novas pistas para os investigadores”, destacou o secretário-geral da Interpol, Valdecy Urquiza.
“Parabéns às autoridades espanholas, turcas e russas por trabalharem juntas neste caso. Por meio da cooperação global e da conexão entre as polícias do mundo todo, estamos ajudando mais famílias a encontrar as respostas que tanto esperavam”, adicionou.
Desde o lançamento em 2023, a campanha “Identifique-me” incluiu 47 casos, todos envolvendo mulheres que foram assassinadas ou que morreram em circunstâncias suspeitas ou inexplicáveis.
Este caso é a terceira identificação bem-sucedida. A campanha também levou à identificação, por exemplo, de Rita Roberts, uma mulher britânica encontrada morta em Antuérpia em 1992. A família de Roberts contatou a linha direta do apelo após reconhecer a tatuagem dela em uma reportagem.
Em 2025, uma segunda mulher, Ainoha Izaga Ibieta Lima, de 33 anos, foi identificada quando as autoridades paraguaias compararam as impressões digitais enviadas pela Espanha ao chamado “Aviso Negro” da Interpol com seus próprios bancos de dados nacionais.
A campanha continua com 44 casos em busca de identificação. A Interpol publica em seu site um apelo a qualquer pessoa que tenha informações, especialmente aquelas que se lembram de um amigo ou familiar desaparecido, para que faça um relato e ajuda na investigação.