O cantor Sean “Diddy” Combs, 55, compareceu ao tribunal nesta sexta-feira (25), onde o juiz no caso de tráfico sexual do magnata do hip-hop pode determinar o escopo de qualquer depoimento de testemunha especialista em seu julgamento, que começa no próximo mês.
Combs, de 55 anos, se declarou inocente das acusações, incluindo conspiração de extorsão e tráfico sexual por supostamente coagir mulheres a participar de elaboradas performances sexuais conhecidas como “Freak Offs”. O fundador da Bad Boy Records argumenta que a atividade sexual descrita pelos promotores foi consensual.
Combs vestia uma camisa bege de prisão e inclinou-se para a frente em seu assento na mesa de defesa enquanto sua audiência pré-julgamento perante o juiz distrital norte-americano Arun Subramanian começava.
Com a seleção do júri começando em 5 de maio, Subramanian disse que decidiria esta semana sobre o escopo do depoimento de testemunhas especialistas. Tais testemunhas não informariam os jurados sobre os fatos do caso, mas se baseariam em sua experiência profissional e pesquisa para testemunhar sobre conceitos que podem ajudá-los a entender os assuntos em questão.
Os promotores do escritório do procurador dos EUA em Manhattan querem chamar Dawn Hughes, uma psicóloga, para testemunhar sobre como vítimas de abuso sexual podem às vezes permanecer leais e comprometidas com seu agressor e permanecer em relacionamentos com eles devido à manipulação emocional ou ao medo da violência. Hughes testemunhou em outros casos de tráfico sexual de alto perfil, incluindo o julgamento do cantor de R&B R. Kelly em 2021.
Os promotores dizem que a experiência de Hughes é necessária para contextualizar o argumento de Combs de que as vítimas participaram voluntariamente dos “Freak Offs”, dado que às vezes expressavam afeto por ele e optavam por ficar com ele.
“A defesa argumentará então que essas respostas das vítimas são incompatíveis com a vítima ser vítima de abuso”, escreveram os promotores em um documento judicial na quarta-feira. “A Dra. Hughes testemunharia que são as dinâmicas da violência interpessoal que resultam em tal comportamento.”
Alexandra Shapiro, advogada de Combs, disse em uma audiência judicial em 18 de abril que o governo estava buscando indevidamente usar o depoimento de Hughes para reforçar a credibilidade das supostas vítimas que devem testemunhar contra ele.
“Eles vão usar isso para dizer que essa especialista disse a eles que, essencialmente, eles deveriam acreditar nessas pessoas”, disse Shapiro.
As alegações iniciais no julgamento de Combs, que deve durar entre oito e dez semanas, estão agendadas para 12 de maio.
Também conhecido durante sua carreira como Puff Daddy e P. Diddy, Combs é creditado por ajudar a transformar rappers e cantores de R&B como Mary J. Blige, Faith Evans, Notorious B.I.G. e Usher em estrelas1 nos anos 1990 e 2000.
Mas os promotores disseram que seu sucesso ocultava um lado sombrio. Eles dizem que ele usou ameaças de violência física e corte de apoio financeiro para coagir mulheres a participar dos “Freak Offs” com trabalhadores sexuais masculinos. Os promotores dizem que as performances eram frequentemente eventos de dias, movidos a drogas, durante os quais Combs às vezes gravava e se masturbava.
Combs está preso no Brooklyn desde setembro. Ele enfrenta a possibilidade de décadas de prisão se for condenado.
Sean Combs, o P. Diddy: entenda o caso envolvendo o rapper