O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manifestou solidariedade ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), após a megaoperação das forças de segurança fluminenses contra o Comando Vermelho.
A ação deixou 119 mortos, segundo o balanço divulgado nesta quarta-feira (29) pelo governo do estado.
“Minha solidariedade ao governador Cláudio Castro, às famílias dos policiais que tombaram heroicamente em combate e à população que sofre as consequências dessa violência desmedida”, escreveu Tarcísio na rede social X.
O governador de São Paulo classificou o crime organizado como o “principal risco ao Brasil, maior até do que o risco fiscal”, e afirmou que o país vive um problema histórico agravado pelo avanço do tráfico de drogas e pela expansão do poder paralelo.
“Não é mais admissível que cidadãos sejam obrigados a abandonar suas casas ou seus negócios por ordem de criminosos”, declarou.
Em tom de cobrança, Tarcísio defendeu o fortalecimento da vigilância nas fronteiras, o combate à lavagem de dinheiro e a adoção de regras mais duras contra devedores contumazes.
“As armas e drogas comercializadas no país, em sua grande maioria, não são produzidas aqui. Então, como chegaram às comunidades do Rio? Isso evidencia o quanto o Estado tem falhado na vigilância de suas fronteiras”, afirmou.
Temos afirmado que a atuação do crime organizado é, hoje, o principal risco ao Brasil, maior até do que o risco fiscal. O que estamos vendo no Rio de Janeiro expõe a dimensão de um problema que, há décadas, só se agrava: o avanço do tráfico de drogas e a força de um poder…
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) October 30, 2025
A megaoperação, considerada pelo secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, “o maior baque já sofrido pelo Comando Vermelho”, resultou em 113 prisões, 10 apreensões de menores, 118 armas e 14 artefatos explosivos apreendidos, além de toneladas de drogas ainda em contagem.
O governador Cláudio Castro classificou a ação como um “sucesso”, apesar das mortes de agentes. “Tirando a vida dos policiais, o resto da operação foi um sucesso”, disse.
A operação e suas consequências provocaram reações distintas entre autoridades. O governo federal divulgou vídeo institucional afirmando que “matar 120 pessoas não adianta nada no combate ao crime”, reforçando a necessidade de ações integradas entre as forças de segurança.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também comentou o episódio. Ele cobrou uma resposta coordenada contra facções criminosas “sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco”.
Lula destacou ainda a importância da PEC da Segurança Pública, em tramitação no Congresso, que prevê a integração das polícias e a criação de fundos constitucionais para o setor.
Me reuni hoje pela manhã com ministros do meu governo e determinei ao ministro da Justiça e ao diretor-geral da Polícia Federal que fossem ao Rio para encontro com o governador.
Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e…
— Lula (@LulaOficial) October 29, 2025
