União Europeia e EUA tentam estrangular economia russa com sanções


A União Europeia anunciou nesta quinta (23) – na esteira dos Estados Unidos – o 19° pacote de sanções contra a Rússia. Os alvos dessas restrições são, especialmente,  empresas de energia, criptomoedas e bancos. O objetivo é pressionar a Rússia por um cessar-fogo na guerra com a Ucrânia.

No anúncio, Kaja Kallas, Alta Representante para os Negócios Estrangeiros da UE, disse que essas não serão as últimas medidas contra Moscou. “Está se tornando cada vez mais difícil para Putin financiar sua guerra”, disse Kallas.

No aspecto energético, o bloco proibiu – a partir de janeiro de 2027 – a importação de GLN (Gás Natural Liquefeito) russo para contratos de curto e longo prazo. Para o petróleo, a UE aplicou sanções a entidades chinesas que compram o combustível russo.

Os europeus também impediram seus operadores a interagir com sistemas de pagamentos russos, além de restringir relações econômicas de empresas que investem em zonas econômicas especiais russas – que, como a Zona Franca brasileira, oferecem benefícios para investimentos.

Além dos aspectos econômicos, diplomatas da Rússia serão obrigados a informar o motivo da ida ao país-membro do bloco.

O presidente da França, Emmanuel Macron, comemorou a aplicação das sanções europeias contra os russos que, segundo ele, terão forte resultado quando combinadas com as americanas. 

“Os Estados Unidos decidiram por sanções massivas contra as duas principais empresas de exportação de petróleo russo… Eu acredito que esse é um grande ponto de virada que, combinado com as restrições que aplicamos e a pressão contra os outros atores, terá um efeito”, afirmou Macron.

Macron também apontou para um “sofrimento” da economia russa. Antes das punições, o FMI (Fundo Monetário Internacional) rebaixou o crescimento da Rússia para 2025 e 2026, puxado por uma demanda interna mais fraca e um aumento de inflação.

“A perspectiva para o médio prazo permanece praticamente inalterada. Prevemos taxas de crescimento muito baixas, refletindo o impacto das sanções e da guerra. A produtividade será afetada, inclusive pela restrição às transferências tecnológicas”, afirmou Alfred Kammer, diretor do Departamento Europeu do FMI.

Além disso, o bloco avançou com a proposta de novas ajudas financeiras à Ucrânia. Em encontro com líderes da União Europeia, o presidente ucraniano, Volodmir Zelensky, agradeceu as iniciativas e disse que elas aumentam a possibilidade de um cessar-fogo.

“Essa decisão do 19º pacote de sanções é crucial para a gente. Muito obrigado. E hoje ela vem junto das decisões de ontem do presidente Trump sobre energia, também um pacote de sanções. Nós esperávamos por isso. Deus abençoe, isso vai funcionar. E isso é muito importante”, disse Zelensky na Comissão Europeia.

Zelensky e Macron se referem à penalizações dos EUA contra as maiores petrolíferas russas, Rosneft e Lukoil, além de 30 subsidiárias. Elas representam mais de 50% das exportações do país e os russos são o segundo maior produtor da commodity do planeta.

Segundo a Casa Branca, é o petróleo que financia a “máquina de guerra russa”. Repercutindo as decisões, o barril do petróleo WTI ultrapassou os US$ 61, alta de mais de 5%. 

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, minimizou o possível impacto das sanções, mas reconheceu que os ato são “hostis”.

“Primeiro de tudo, não há nada de novo aqui. Sim, elas são algo sério para nós, isso é claro, e terão certas consequências, mas, ainda assim, não afetarão de forma significativa nosso bem-estar econômico”, afirmou Putin.



Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/uniao-europeia-e-eua-tentam-estrangular-economia-russa-com-sancoes/

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